domingo, 29 de março de 2009

Statement of a Previously Unreleased Romance #6

"I know what I like , and I like what I know"
(I Know What I Like (In Your Wardrobe) , Genesis)

I barely know you , but the so few that I know makes me like you so much. Life is just like a movie that is being filmed and the actors doesn't know the script. They just sign with the company trusting on the team and get the responsibility to star the movie. Would you like to be my co-star?

The same old clichè , the same old scenario. Platonic love. Just because you do remind me something I don't know. Maybe I'm just a drama king - yes , I can daydream so highly that queen is few for me - but I'm used not to regret or have a sorrow when I say this kind of things.

I remember every detail. The teachers wore yellow , you wore blue. The second day , pink. And then light purple , and a mix of pastel colors. After three or four days , nothing happened. I still being centered on myself , not able to talk , laugh , look or smile in a way to captivate you. So , who I am? Nothing more than a strange , bearded , long-nailed guy , who just wear T-shirts of bands and look and look and look and look to you.

I just wanna a bit part in your life.

quinta-feira, 26 de março de 2009

El Camino

Eu nunca fui muito bom com despedidas, eu confesso. Era o que eu te dizia quando eu botei a última mala no bagageiro da minha velha picape vermelha à diesel e te disse adeus pela primeira vez naquele verão californiano. Nós bebíamos num bar com um nome alegre , nós nos apaixonamos e Santa Mônica nunca mais seria a mesma. Mas eu era um gringo , um chicano em terra estrangeira , Porto Alegre me chamava de volta.

Depois , na praia mais longa do mundo , você é que me voltava à mente , em corpo e alma. E naquela imensidão de areia eu entendi porque Brian Wilson queria que todas as garotas fossem garotas da Califórnia. Mesmo que você também tivesse vindo de Nova York.

E hoje , eu me arrependo. A água quase marrom do Guaíba é ainda mais marrom e a Tristeza virou um martírio. Meu azar foi todo pelo Cassino. Mandei a noiva gaúcha à merda , garota eu vou pra Califórnia virar artista de desenho animado.

Nunca mais te achei. As únicas pessoas que te conheciam não lembravam teu nome. Nem teu rosto , o que é uma puta duma mentira. Aonde quer que você esteja , lembre-se dos meus riffs de guitarra e da minha pandeirola , que você tocava feito uma criança descobrindo a magia da música. So , I'm stuck , my pretty brooklyn girl. E mesmo que eu tenha dito adeus , I still keep you in mind.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Trompetes

Feito você , eu também estou estacionado
Mas você tem chances de sair por aí

Eu mesmo não me suporto agora.
Essa barba , esse tênis rasgado
E você cheirando a patchouli
Recordação olfativa da memória sentimental demais gigante que eu tenho.

Jerry Maguire em plena auto-estrada.

E é por isso que eu flerto
Com a queda todo dia.
Não é pelo contato estatelado
Com o chão do asfalto.
Só pelo gosto de sentir o corpo
A dez metros por segundo em aceleração.

No hope when my hope it's you.
É o que me faz te afogar só pra te salvar depois.

Essa dicotomia entre cerebrum e anima.
"Estranha essa necessidad de ser carne e música".

sábado, 21 de março de 2009

O Idiota

"Antônio, o garçon, me serviu, como de costume o sanduíche de salame com queijo provolone no pão francês, chopp gelado e o café expresso, curto e amargo, sem açúcar"
(Tony Bellotto , Bellini e a Esfinge)


O dia tinha começado cedo demais pra mim. E o pior: atrasado , pulei o café da manhã - um delicioso pedaço de bolo da Dona Zefa , minha vizinha - e tomei uma aspirina. O efeito era mais psicológico do que realmente médico: há tempos as minhas dores de cabeça não cessavam com aspirina.

Esvaziei o copo de café gelado e velho da garrafa térmica - o microondas tinha quebrado há tempos e eu sem um puto no bolso pra trocar o gás do fogão - e saí andando pra rua , torcendo para que o Pompéia ainda não tivesse passado. Por sorte , a única do dia , aliás , ele estava no ponto , prestes a sair , portas fechadas , farol vermelho. Bati na porta feito um condenado e o motorista abriu. Lógico , ao contrário de sempre , ele tava lotado. Parece que todas as velhinhas do bairro tinham resolvido fazer uma excursão pra rua Clélia às seis e pouco da manhã.

Justo hoje , amaldiçoei , justo hoje , que eu ia vê-la depois de três meses , eu ia chegar todo suado e amarrotado? Só de raiva , botei o velho Iguana pra tocar. Na época que o Bowie produzia o cara , ele tava mais na sarjeta que cachorro pulguento. Melhor que eu , provavelmente. Ao menos ele tinha cocaína e mulheres a qualquer hora e não morava num quarto-sala-cozinhainhainha alugado com três meses de atraso no Ipiranga. Éramos dois excitados pela vida , mas só eu era um passageiro do glorioso 478P-31.

Depois de carinhosamente me acomodar entre um armário Marabraz de nogueira e outro de marfim , os dois cheirando a suor , me pus a marcar o tempo das canções... here comes success , era sempre o que eu pensava quanto tinha de aturar aquele tipo de coisa. I couldn't escape this feeling , my china girl. A versão do Bowie parece um toque de celular perto da do Iggy. Por falar em celular , o meu estava tocando. Pedi a Deus pra que não tivesse de esbarrar nos maçanetes dos armários. Atendi o celular. Ela.

- Oi... Promete que não vai ficar bravo?
- Fala vai , eu já tô acostumado...
- Eu perdi a hora. (Bocejo). Desculpa... depois a gente se fala.
- Tá , tá , vai pra escola , isso é importante. Depois a gente conversa.

Oh sweet sixteen. Tá , às vezes não tão sweet quando eu desejaria , sixteen mais madura que eu. Bom , pelo menos agora eu podia ficar amarrotado em paz. A barriga urrava por comida e o ônibus não andava. O trânsito de uma sexta-feira véspera de carnaval prolongado podia ser meio punk , mas às seis e meia da manhã? Finalmente , a Paulista. Desci no primeiro ponto que dava pra descer - ou seja , uns três depois do meu , dada a lotação do ônibus - , já que eu tava meio cansado de contrariar as leis da Física. Vale sempre lembrar: em um ônibus qualquer cabem até três corpos no mesmo lugar. Num Cidade Tiradentes , cinco.

Assim que eu desci , entrei no primeiro boteco disponível e pedi dois pão com manteiga na chapa. A dor de cabeça continuava a pentelhar. Os pão com manteiga vieram gordurosos e sem sal. Foda-se , ao menos era comida e tão barato que era até troco pra mendigo. Passei na primeira banca de jornal e comprei um Notícias Populares.

O NP virou capa de chuva , deixando escorrer sangue e água de suas páginas. Cheguei na faculdade todo ensopado. PUTAMERDA! Produção em massa de cérebros , irmã meia-noite. Mas hoje à noite vai estar tudo certo , e eu escolhi viver. E não uso um All Star branco.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Escorre

"Lust for life , i'm lust for life"
(Lust for Life , Bowie & Pop)

A vida escorre aos poucos.
E vem em porções pequenas.
Os dias são longos,
Os anos são curtos.

Minhas mãos já não conseguem agarrar.
É natural que se escreva sobre alguém
quando se está apaixonado por ele.
And so , i'm LUST FOR LIFE.
(e tem gente que ainda não consegue gostar do Plant).

Mas tudo bem , estou de bicicleta
A cento e vinte por hora
Meus amigos me conhecem bem
Criatividade cem , eficiência zero.
A vida escorre aos poucos.

Mas rápido.

domingo, 15 de março de 2009

Lavou a Louça

"Quero terminar com ela uma conversa sobre umbigos e besouros"
(Madona , Rubem Fonseca , in A Coleira do Cão)


A semana tinha sido do cacete. Todo dia saindo às cinco e meia da manhã , chegando só às oito em casa. E ainda tinha uma gripe lascada. Vida de solteiro é uma merda , disse ele a um amigo na quinta à noite. Cada minuto que passa as atenções mudam de um ponto pro outro , o que foi pro chão tá no céu e o que tá no inferno volta pro purgatório. O último amor platônico tinha virado pro mar , decidiu voltar e agora ele tentava afogar um gato. A árabe tinha um namorado , putaquepariu , mas ela era tão cool. E a minêra aparentemente ingênua gostava de Led Zeppelin. Pessoas são estranhas e nos surpreendem. Mas ultimamente quem era normal é que surpreendia.

Mas não era nisso que ele pensava quando saiu esse sábado. Pensou que fazia quase um ano que não tinha ninguém novo na sua vida. Tomou um banho , penteou o cabelo recém-cortado que ele ainda não havia se acostumado , botou uma camisa pólo preta , calça jeans , o velho All Star e foi pra avenida Central. Era aniversário de uma velha amiga , num barzinho , a velha coisa que o irritava pra cacete , é festa , então paga! Mas era uma chance , ela tinha mudado de colégio e conhecido novas pessoas. A gente nunca sabe o que nos espera , num sábado à noite.

Passou na casa do Zé , parceiro de sempre , dez anos de amizade naquela semana. Caralho , dez anos passam rápido maluco! Ele ainda lembrava quando chegou na escola como um moleque indefeso de óculos gigantes querendo puxar conversa sobre Fórmula 1. Poisé. O pai do Zé mandou ele passar lá depois pruma cerveja. Ele não bebia. Pegaram um ônibus e saíram andando. Na descida do ônibus , o Juca liga. Putz , o Juca , um cara que tinha estudado com eles até a quinta série. Corinthiano maloqueiro e sofredor , rico pra cacete , pegador. Fazia todo final de semana o circuito Central-Bananeiras. Bebia e fumava. Talvez já tivesse até cheirado.

O aniversário da amiga tava marcado pras oito. Era nove horas , tava tranquilo. Barzinho sempre dura até uma , duas da manhã fácil. Andaram pra lá e pra cá na Central tentando achar alguém. O Juca se cansou , fumou um cigarro e deixou eles na esquina do Habib's. Dez horas. Vamos entrar no barzinho , Zé? Vamos. Chegando lá , os amigos do colégio do Zé na porta. Um bando de babacas. Ué , onde cês tavam? Achei que vocês não vinham mais. A gente tá indo embora já. Ah mano , festinha miada. Vamos voltar pronde o Juca tá? Putz , é ele ligando. O Juca disse que encontrou os caras do prédio do Zé , o Marcão e o Renan. Eles tão de carro , vão passar aqui. Ah , sei lá , Zé , vamos entrar? Entraram. A entrada era cinco conto. Subiram. A amiga estava saindo já. A gente tá indo pro Habib's. Mas vocês só chegaram agora? A gente tava dando uma volta... sacumé. Deixa que eu pago pra vocês. Não , não , a gente não vai pagar , Taís. Acho injusto.

Chega no balcão e grita: OLHA, EU TÔ AQUI SÓ HÁ CINCO MINUTOS E VOU EMBORA , NÃO VOU PAGAR ESSA MERDA. Não é assim que funciona , eu sei que você tá só há cinco minutos aqui. FODA-SE. Não paga. FUI. O Zé ainda ficou lá pra conversar com o cara , se pá passar um xaveco. Saem do barzinho , o Marcão e o Renan no carro. E aí , que cês tão fazendo? Ah , a gente veio aqui , mas eles tão indo embora. A gente só precisa estar aqui à uma da manhã. O nosso herói , ele pensa. Essa vai ser mais uma noite perdida , meu deus.

Mas como disse alguém , ou você vive ou você escreve. Dessa vez ele decidiu viver. Entrar no carro , no banco de trás. Toca pra Bananeiras , Marcão. Um carro a 60 km/h já é capaz de fazer estragos. Principalmente quando se está no banco de trás , vento na cara e techno "oieusoubaiano , beijomeliga" tocando ensurdecedoramente alto. Os moleques berravam por cima da música já alto , um grave que fazia ele pular no banco de trás. BOTATECHNO , NÃO , BOTAFUNK. CAÇAAQUELASMINASNOPALIOLARANJA. OPALIOLARANJA , ALINAFRENTE , TOCANDOFUNK! VOCÊACHAMESMOQUEAQUELASMINASTÃOOUVINDOFUNK? BOTAUMPSYEEMPARELHACOMELAS. FUNKDELADRÃOVELHO. AH, ELASPASSARAMOFAROL. PUTA. ACELERAESSAPORRA , ACELERA. AHMARCÃO , CÊÉFRACO. EUCHEGOANOVENTANESSALADEIRAFÁCILCOMOGOL. VAISUCODECOCOAÍ? ESSAPORRATÁCHEIADEPORRA. CÊSVÃOFICARNOHABIB'SMESMO? VAMO. PARAOCARROAÍMARCÃO, DEIXAAGENTESAIR.

Ufa. Dez e meia maluco , disse o Zé. Tá a fim de ir na Blockbuster? Brincadeira , Zé. Nosso cavaleiro das trevas continuava sem sorte. E sem achar a amiga no Habib's. Nem no Ragazzo , que ficava do lado. Quer dizer , olha ela lá , na porta. Ai que bom que vocês vieram. Desculpa , tá tudo muito miado hoje e eu tô desmarcando tudo. Fica tranquila , Taís. A gente nem precisou pagar , fomos pra Bananeiras e voltamos em meia hora. De carro , claro. Ai , eu odeio esse sapato e essa meia arrastão. Você quer que a gente te carregue? Feito uma princesa , a amiga foi carregada de cadeirinha. Quase uma liteira. Mas finalmente eles chegaram no café.

Ah , o café. Um sofá. Chá com limão e água com gás. Só água com gás é... Não , essa era outra noite estranha. E nada de nenhuma guria. O Belchior tentava a única decente. E ele era melhor amigo do Zé. Ah , desisto. Decidiu aproveitar o ambiente e curtir a noite. Pagou a conta , deu um último beijo na mão de sua amiga. Parabéns , minha querida. Foi pra fora. A única decente tava sozinha e jogou um olhar. Até podia tentar. Mas um beijo só não seria stoniano o suficiente pra ele.

Quente e frio. No carro do Zé. Do pai do Zé , digo. Boa noite , brigado pela carona. Seu pai dormia , as luzes apagadas na janela. Chegou em casa e lavou a louça. Puta merda.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Coming Soon

Sim , eu ainda tenho vida.

Eu espero. Pelo menos o meu HP ainda tá no verdinho. Pena que eu ainda tô no começo da caverna do Moltres e ainda falta MUUUUUUITO pra chegar no Plateau Indigo. (referência nerd mode off)

Em breve , eu prometo: alguma coisa ficcional sobre a minha vida , algum tipo de desabafo e um artigo sobre a Lasciva Lula , procurando cavoucar algo mais além de simples acordes e gritarias.

Cenas dos próximos capítulos em breve.

(Até porque vida de solteiro é uma merda: montanha-russa do caralho , mil vais e vens pra chegar no final com uma sensação de cansaço - principalmente se a montanha-russa for velha).

"Aquele abraço pra quem fica" (Chico)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Décimo Quinto Passo

"How come end up where I started?"
(15 Step , Radiohead)

Diversas chicotadas soam no ar e uma luz se acende. Meu corpo dói , inflamado. O sangue espirra pelo chão do quintal e de repente , mergulham-me numa piscina e me dão choques elétricos. Cold turkey , my fella. Desmaio.

Acordo. Uma sala , uma cama , uma enfermeira loira peituda , à maneira clássica dos filmes pornográficos , me acorda e me cura. Mas as chicotadas persistem , agora na minha cabeça. Décimo quinto passo. Quando eu percebo , são milhares de enfermeiras , cantando pela minha recuperação. Feel me see me heal me kiss me.

Um homem de voz grave se aproxima , crianças gritam de alegria no jardim. Chicotadas e chicotadas , um ganido de dor , uma voz aguda. Totalmente descerebrado. Beat box. Theremin. Ruídos e mais ruídos. Desmaio. Morte.

...

- João , João , acorda!
- Mãe?- Tá tudo bem contigo , meu filho? Você estava se debatendo na cama...
- Tá , tá tudo bem sim. Agora tira o disco do Radiohead do cd player , põe uma coisa pra eu dormir em paz , pode ser? Aquele novo do Sigur Rós...

sexta-feira, 6 de março de 2009

A Seleção de 82

"A derrota de 50 e a campanha de 70 pertem totalmente seu sentido"
(Nando Reis , "Meu Mundo Ficaria Completo (Com Você)").

Você é como a seleção de 82 , que no papel pode até ser melhor que a de 70. Mas que não deu certo. Você tinha a graça do futebol moleque do Chulapa , a segurança do que queria como a defesa de Oscar e Luisinho , a força de me conquistar com apenas um olhar como o chute do Éder. A beleza de uma jogada do Zico , a inteligência do Doutor Sócrates e a calma do mestre Telê.

Mas veja bem , meu bem. Você e eu começamos capengando , que nem naquele jogo contra a Venezuela nas Eliminatórias - um gol chorado de pênalti do Zico no finzinho. Depois foi só alegria por ali , um baile latino em cima da Bolívia , um beijo mais doce ao som do Santana.

A primeira briga foi como o jogo com a União Soviética: difícil , mas no fim tudo acabou bem. E ficou tudo tão bem que a gente deslanchou e eu te pedi em namoro no último jogo da primeira fase , contra a Nova Zelândia. Não tinha jeito de não dar errado , mas deu. Você ficou assustada ou , envolvida pelo canto do povo nas ruas com mais um triunfo canarinho , acabou fugindo e não quis me dar uma resposta.

Liguei , liguei , liguei e nada de você atender. Dei pra beber com os amigos no dia do jogo contra a Argentina , achando que íamos perder: Diego Maradona e ausência do meu melhor talismã. Mas no calor da partida nós ganhamos e naquela noite eu atendi um telefonema seu pedindo desculpas. Combinamos um encontro praquele fatídico dia 5 , na hora do jogo. Claro que como bom brasileiro eu protestei , mas você insistiu que era importante.

A imprensa dava a vitória como certa. Até o próprio técnico da Itália disse que enfrentava os futuros campeões. Levei meu radinho de pilha no bolso , já que você sempre se atrasava. Quando você chegou , o jogo estava em 1 a 1. Me disse que tinha encontrado um italiano nas ruas da cidade entre o jogo da Escócia e da Nova Zelândia. E tinha se apaixonado por ele , se jogado nos braços dele , più bello ragazzo tifoso della Squadra Azzurra. Enquanto isso , diziam os garçons , o maldito do Paolo Rossi enfiava um último gol aos 74 minutos , golpe de misericórdia.

Joguei a cadeira pro alto , saí andando pra nunca mais te ver , sua bambina irresponsabile, e nunca mais comi pizza nem espaguete na minha vida.

terça-feira, 3 de março de 2009

Joaquin Rodrigo

Não , eu não sei nada sobre a sua vida.
Mas ele é um gênio.

O Concierto Aranjuez
Não é assim uma Nona de Beethoven
Ou uma Jesus Alegria dos Homens
Mas é uma das coisas mais lindas
Que o ser humano já criou
Em termos de sons.

Comparável apenas ao choro do filho
O estalar do beijo da mulher amada
O som de chuva caindo num dia de verão
E a voz dos amigos na mesa de um bar

(O abrir da Coca-Cola não vale.
Até porque Brian Wilson já o usou).

domingo, 1 de março de 2009

Fragmento de um Romance Inédito #5

"Parei pra escrever os meus pensamentos
E olha só pra você ver o que eu escrevi"
(SNJ , Pensamentos)

Ana Rosa , Luz , Vila Mariana. Toda segunda e quarta eu fazia esse trajeto , levando a Sofia pra pegar o trem. Eram momentos mágicos aqueles , a gente não fazia nada além de conversar abraçados , rindo e se beijando. Eu a levantava no colo , pegávamos o metrô , eu esperava o trem dela chegar , sentido Guaianazes , eu já nem me lembro mais.

E voltava pro meu inglês , ouvindo um velho rap com rimas que são até bem constrangedoras , uma cantora que puxava o R , outro que parece não falar em português , uma base de poucas notas num teclado , encostado na janela , sonhando acordado.

Hoje eu não faço mais inglês. Não tenho mais a Sofia. Não faço mais esse trajeto. Não pego mais trem, a não ser quando eu vou pra casa do Zé e preciso chegar cedo em casa. Mas ainda tenho o bom e velho rap inocente , pensamentos que voam como vento , se livrar e não lembrar de maus momentos.

Porque , diz a letra , tudo que vai volta , sorrindo com a vitória , chorando na derrota , penso , relembro , dessa vez talvez eu aprenda. Nada mais , nada menos , pensamentos.