quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Top 50 Discos Nacionais da Década

A quem interessar possa, aqui vai uma lista feita meio que de improviso, dos melhores 50 discos nacionais da década. É uma lista feita basicamente sobre o nicho do pop-rock, e focada talvez em boa parte do rock independente. Seja como for, ei-la. Aceito pitacos e chutes na bunda. :D

1 - Cosmotron - Skank
2 - Tudo Que Eu Sempre Sonhei - Pullovers
3 - A Marcha dos Invisíveis - Terminal Guadalupe
4 - Vanguart - Vanguart
5 - Sublime Mundo Crânio - Lasciva Lula
6 - 2 - Tom Bloch
7 - Superguidis - Superguidis
8 - Toda Cura Para Todo Mal - Pato Fu
9 - Cachorro Grande - Cachorro Grande
10 - Apanhador Só - Apanhador Só
11 - Ventura - Los Hermanos
12 - Lestics - Lestics
13 - Grandes Infiéis - Violins
14 - GRAM - GRAM
15 - As Histórias São Iguais - Relespública
16 - Outubro Ou Nada - Bidê Ou Balde
17 - Pareço Moderno - Cérebro Eletrônico
18 - Registro Sonoro Oficial - Video Hits
19 - Luisa Mandou um Beijo - Luisa Mandou um Beijo
20 - Atlântico Negro - Wado
21 - Vc Vai Perder o Chão - Terminal Guadalupe
22 - Todos os Tempos - Cachorro Grande
23 - Tulipa Ruiz - Tulipa Ruiz
24 - Ruído Rosa - Pato Fu
25 - Bloco do Eu Sozinho - Los Hermanos
26 - Polaris - Pública
27 - Pára-quedas do Coração - Wander Wildner
28 - Feito Pra Acabar - Marcelo Jeneci
29 - O Exercício das Pequenas Coisas - Ludov
30 - Músicas Para Violão e Guitarra - Som da Rua
31 - Daqui Pro Futuro - Pato Fu
32 - A Amarga Sinfonia do Superstar - Superguidis
33 - Teletransporte - Autoramas
34 - Cansei de Ser Sexy - Cansei de Ser Sexy
35 - Como Se Comportar - Moptop
36 - Wonkainvasion - Wonkavision
37 - Pressuposto - Nevilton
38 - Traz a Pessoa Amada em 3 Dias - Canastra
39 - BHanda - Lô Borges
40 - Buganvília - Penélope
41 - Música de Brinquedo - Pato Fu
42 - Como Num Filme Sem Fim - Pública
43 - Dias Mais Tranquilos - Beto Só
44 - A Redenção dos Corpos - Violins
45 - Música Para Beber e Brigar - Matanza
46 - Goodbye Alô - Udora
47 - Radiotape - Radiotape
48 - Tom Bloch - Tom Bloch
49 - Anormal - Jonas Sá
50 - Stand By the D.A.N.C.E - Forgotten Boys

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Veteranos atrapalham meninos na conquista

Neymar e Ganso brilham de novo enquanto Léo, Marquinhos e Brum são expulsos

Santos 2
Santo André 3

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto os moleques resolveram, os veteranos quase entregaram. Neymar, 18, e Paulo Henrique, 20, brilharam mais uma vez. Léo, 34, Marquinhos, 28, e Roberto Brum, 31, foram expulsos e tumultuaram bastante a conquista do Santos.
O Santo André abriu o placar aos 30 segundos, com Nunes, quando alguns santistas ainda pareciam impressionados com a festa no Pacaembu. O primeiro teste foi superado pelos "Meninos da Vila" após sete minutos. Pela esquerda, Marquinhos lançou Robinho, que ajeitou de calcanhar para Neymar. O garoto driblou o goleiro e deixou um zagueiro sentado antes de empatar. Golaço.
O Santo André rasgou o roteiro pré-escrito para esta final. Foi ao Pacaembu para ser protagonista, não coadjuvante. Precisava vencer por dois gols de diferença para reverter a desvatagem do primeiro jogo (que perdera por 3 a 2) e nunca deixou de buscar esse objetivo.
Aos 18min, teve um gol mal anulado pela auxiliar Maria Eliza Barbosa. Em seguida, voltou a ficar na frente no placar: Bruno César bateu escanteio, Alê desviou de cabeça. Aí o time de Dorival Jr. começou a ser prejudicado por seus jogadores mais experientes. Após falta em Neymar, houve confusão entre praticamente todos os jogadores.
Léo e o atacante Nunes trocaram ofensas e foram expulsos. "Disse para ele que o Neymar joga muito mais do que ele. Só isso", justificou o lateral. Dorival Jr. arrumou a equipe como pôde: Pará foi para a lateral-esquerda, o volante Rodrigo Mancha cobriu a direita e o time se mandou para o ataque.
E numa jogada típica, Neymar empatou de novo, aos 32min. Robinho rolou a bola no vazio, Ganso apareceu para tocar de primeira, de calcanhar, e deixar Neymar à vontade para fazer mais um golaço: 2 a 2. Quando parecia que o Santos alcançaria finalmente a paz, o meia Marquinhos, um dos líderes do time, deu uma tesoura em Branquinho. Foi expulso.
Com um a mais, o Santo André voltou a desempatar. Robinho perdeu uma bola no ataque e o time de azul fez lembrar o Santos. Troca rápida de passes até Branquinho receber livre e deixar o placar em 3 a 2.
No segundo tempo, o Santos esqueceu todas as suas convicções ofensivas. Jogou para defender o resultado e conseguiu. Não sem correr muitos riscos. No primeiro ataque do Santo André, Rodriguinho driblou Felipe e tocou para o gol vazio, Arouca salvou em cima da linha. O Santos pouco atacava.
Dorival Jr. tirou Neymar para colocar Roberto Brum. O volante foi expulso logo depois, e obrigou o Santos a jogar durante dez minutos com dois a menos. O Santo André pressionou e mandou uma bola na trave. O time do espetáculo, do ataque avassalador, abusou da cera e dos chutões. Um final irônico, mas justo.

(LUCAS REIS, MARTÍN FERNANDEZ, RODRIGO MATTOS)
Folha de São Paulo, caderno Esporte, 03 de maio de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Língua Mãe

A Língua Mãe
Manoel de Barros

Não sinto o mesmo gosto nas palavras:
Oiseau e pássaro.
Embora elas tenham o mesmo sentido.
Será pelo gosto que vem de mãe? de língua mãe?
Seria porque eu não tenha amor pela língua
de Flaubert?
Mas eu tenho.
(Faço este registro
porque tenho a estupefação
de não sentir a mesma riqueza as
palavras oiseau e pássaro)
Penso que seja porque a palavra pássaro em
mim repercute a infância.
E oiseau não repercute.
Penso que a palavra pássaro carrega até hoje
nela o menino que ia de tarde pra
debaixo das árvores a ouvir os pássaros.
Nas folhas daquelas árvores não tinham oiseaux
Só tinha pássaros.
É o que me ocorre sobre língua mãe.)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Leave

Ver comédias românticas pode te trazer efeitos colaterais. Um deles é viciar em uma música que você nunca tinha escutado direito do R.E.M.

Outro efeito colateral é acreditar que mesmo você sendo um zé-ninguém que sonha em escrever novelas baratas você consegue ficar com a mocinha ousada, linda e que você sempre sonhou. O problema é acreditar que um cara que tá em cima de um cavalo branco pode fazer qualquer coisa. Qualquer coisa.

O meu medo é que eu comecei a dividir o mundo em quatro tipos: o que eu queria ser, o que eu sou, o que eu não quero nem sou, e o último eu esqueci, certo, Chico? E assim que nem o Antônio, em todos os filmes, livros, músicas, passos, textos que eu fizer, o que eu queria ser vai estar presente.

Odeio falar por abstrações.

(Ainda mais quando elas estão mais que descaradas pra meio entendedor). Boa noite.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Mundo Anda Tão Complicado

Sim, todos os textos agora vão ter nome de alguma coisa (cinema,música,livro,enfim).

Eu tinha planejado um monte de coisas diferentes e estranhas pra colocar aqui, desde uma falsa carta de amor que um alter-ego meu teria escrito agora, passando por considerações felizes sobre resolver os enigmas que são as letras do REM, até pensar em falar novamente sobre descarregar sentimentos.

E eu não entendo mais nada, pra falar a verdade: as coisas andam se sucedendo e se enroscando de uma maneira que só um clássico do John Lennon pode fazer alguma diferença. Não que eu queira, mas talvez seja o único jeito de por enquanto lidar com isso - ou o único que eu aprendi.

(Mas fiquem tranquilos: eu não vou me matar nem nada do espírito. Na pior das hipóteses, só beber muita Coca Cola).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Find the River

Antes de tudo: eu sinceramente não achei que esse "desabafo" fosse causar assim alguma repercussão. Obrigado por quem acabou lendo isso aqui sem querer e escreveu alguma coisa. =)

De uma certa maneira, as coisas costumam se repetir. Eu gosto particularmente da idéia de ciclos na minha vida - meio da maneira tola que os pássaros cantaram na Bíblia. Há um tempo para semear, e outro para colher: talvez eu tenha entendido errado e seja novamente hora de semear. Cada passo de uma vez, cada vez de um passo.

Cada passo busca o rio, que por sua vez buscará o oceano. Não que as coisas estejam particularmente indo do meu jeito, mas a vontade de andar atrás de algum rio, mesmo lutando contra a correnteza, já torna as coisas diferentes.

(Talvez essa tenha sido a primeira vez que eu entendi uma letra do REM).

Por Uma Vida Menos Ordinária

Nos últimos tempos, não tenho conseguido escrever nada mais literário - razão pela qual este humilde endereço encontra-se às moscas. Talvez ainda seja um longo caminho a percorrer, mas eu decidi que vou retomá-lo. Não esperem grandes coisas, por enquanto isso vai servir apenas de válvula de escape para desabafos quaisquer, ok?

Comédias românticas são ótimas, mas ao mesmo tempo terríveis. São um ótimo exemplo de simulacro: apesar de parecerem reais, com casais bonitos e mil brigas, não são, porque sempre o final é feliz e todo mundo sorri e sai casado no final do filme. Até parece que a vida é assim, não é?

Talvez eu ande um bocado raivoso com o mundo nos últimos tempos. Engraçado, porque o sol até sorri pra mim todos os dias pela manhã quando eu chego na faculdade. Não sei o que acontece - mas talvez seja apenas falta de entusiasmo. Quem sabe um filme antigo ou um novo amigo não fizesse algum bem pra mim?

Por enquanto, tudo o que resta é microfonia e distorção - e um cara careca perguntando sobre qual é a frequência. Mas a gente vai seguindo, em busca de uma vida menos ordinária.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Transa, de Caetano Veloso

Pessoas queridas do meu coração, se é que vocês ainda passam por aqui: inicio nesse ano de dois mil e dez de nosso senhor jesus cristo uma nova iniciativa: um blog de cultura pop chamado "Pop to the People". Pra começar, uma resenha do clássico disco de Caetano Veloso, "Transa".

Divirtam-se!
(Mas ei, isso aqui não morre! :D)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Santiago

"Cerca o peixe, bate o remo, puxa corda, colhe a rede, ô canoeiro, puxa a rede do mar".
(Canoeiro, Dorival Caymmi)

Qualquer dia desses compro umas pranchas de madeira , umas boas ferramentas e me fecho na oficina durante um bom tempo pra fazer um barco. Boto o violão no saco, uns bons livros, algumas roupas e uma vara de pescar e levo o barco pro mar. E saio mar aberto mar adentro a procurar dentre as ondas não um sentido pra viver , mas uma conexão entre eu mesmo e a natureza.

Falando assim eu sei que sôo como um intelectualóide procurando a iluminação. Não é bem isso. Eu só queria realmente sentir o mar. Conviver com o sal e o sol , passar os dias a pensar e esperar um marlim ou um atum morder a isca , limpá-lo e cozinhá-lo e comê-lo com um pouco de arroz comprado no armazém á beira-mar. De vez em quando um jornal com os resultados do futebol e no fim do dia uma boa cerveja preta na mesa do bar. Chamar-me Santiago ou Dorival ou qualquer outro nome de pescador.

Porque a vida pode ser feliz sendo simples. Porque me parece muito mais amarga a morte cinza da cidade. Porque é doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar - mesmo com todo o sal curtido na pele bronzeada de sol. É doce, doce morrer no mar.