sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Luz de Poste da Rua

Para Camila de Lima Leal

"Amo somente o vazio e me acalmo danando"
(Me Acalmo Danando , Ângela Rô Rô)

Ela abre a janela e fica pensando na vida. Nas tantas mudanças de casa , num mundo melhor , na solidão de se viver numa cidade grande sem amigos por perto pra chamar prum passeio a qualquer hora num dia de semana. A luz do poste da rua ilumina a sua face justamente no momento em que ela só pede um cigarro e um copo de cerveja pra poder dormir feliz.

Há alguns meses que ela não sabe o que é sentir um cara. Não no jeito físico , isso é facilmente resolvível em um canto ou buraco , uma ida pra cidade antiga , qualquer coisa enfim. Ela precisa de um homem. Um homem que ela possa ligar às três da manhã pra não se sentir sozinha. Um cara atento às suas necessidades , mas que ela não precise dar satisfações. Que esteja lá pra lhe dar bom dia e dizer que ela é linda com um sorriso no rosto e uma bandeja de café da manhã na mão pra ela tomar na cama.

Mas ela não vê esse cara no seu mundo. Ele simplesmente não existe , e os que existem ela descobre um jeito estranho de repeli-los. Talvez não seja um problema dela , seja simplesmente o mundo moderno - old fashioned boys and post-modern girls. Ninguém sabe o que fazer nesse momento. Nem ela mesma.

São cinco horas da manhã. O sol começa a sair tímido na janela do seu quarto. É um novo dia a ser encarado - sem qualquer esperança de novidade. Mas com uma xícara de café fumegante pra aquecer seu coração. Por enquanto.

3 comentários:

Guri Caipira disse...

Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo.

Theo G. Alves disse...

esse é o bom e velho mut.

abraço!

Nanda Matos disse...

E m desse quem não queria. eu só queria alguém que ouvisse meus lamentos.

Muito bom o texto.