quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Baile Neon

"And I’m finding my rhythm
As I twist in the snow"
(Epilepsy is Dancing , Antony & the Johnsons)

Ela me sugere um baile , uma cena final de um filme qualquer , requintado e com pompa e figurinos. Eu , eu sou só mais um homem em busca da sua mão , ser seu par e seu amante , sua chance de eternidade. Um terno desalinhado , uma gravata que já se foi embora durante as horas de dança , e eu mal consigo respirar.

Ela dança com seu vestido vermelho , que mal cobre suas longas e torneadas coxas , que vão e vem em cada foxtrot , tango , samba ou valsa. Sigo-a com meus olhos , ela nem percebe a minha presença. Isso é tão comum , ninguém me percebe , o mesmo velho rosto , fabricado pra ser charmoso que some na multidão. Barba mal feita , cabelos arrumados pra parecerem desarrumados. Quando eu percebo , existem mil cópias de mim mesmo naquele lugar , todos mais ricos e prontos com um novo drinque na mão , pronto para oferecê-lo a essa dama , que dança e torna e baila e gira nas mãos dessas minhas xerox, tão malfeitos quanto eu.

Mas todos eles se submetem a ela , cochicham algumas palavras em seus ouvidos , que ela procura não ouvir , cobrindo-os com seus longos cabelos castanhos. É quase o fim da festa. Ela se aproxima do bar , onde eu passei a noite inteira , vira e me diz:

-E você , não vai me falar nada? Vai ficar aí , a noite inteira , olhando?
-Nem os melhores adjetivos que eu disser sobre você chegarão perto da realidade. E olha que eles são muitos. Mas isso é só uma cantada barata e você é só um amor platônico. Me ignora.
-Na verdade , um amor romântico. Você sabe a diferença?
-Não.
-A diferença entre um amor platônico e um amor romântico é que o amor platônico é impossível. Entendeu?

Do Que Riem os Japoneses?

O que não é a falta de inspiração ou de saco. Comecei a cavocar fundo o meu arquivo de textos , coisas aleatórias da época que eu era apenas mais um nerd sem coração pulsante. De todos os textos , apenas esse me pareceu suficientemente publicável. É engraçado perceber como as coisas mudam. Do pacifismo da sétima série à quase xenofobia dos dias de hoje , muita coisa mudou. Bem , é melhor eu parar por aqui senão a explicação fica maior que o texto.

Cada vez mais , os japoneses(se é que posso generalizar japas , chinas , coréas e companhia , ou seja , os orientais) conquistam seus lugares na sociedade. E grande parte dos com que convivo estão sempre com um sorriso no rosto , a rir de algo que não entendo.

Em todo lugar que eu vou existem japoneses sorrindo. Desde o tintureiro passando pelo feirante e o técnico de eletrônica , até o peixeiro e o dentista. Todos sorriem para mim. Acho que no Japão , não se precisa falar "xis" para fazer os japoneses sairem com sorrisos na foto. Eles riem naturalmente.

Samurais e ninjas são espécie rara hoje em dia. Nos filmes , somente eles não estão dando risadas sinceras. Suas risadas são risadas de ironia , risadas maléficas. Mas ao término de suas missões , voltam para suas gueixas e aí sim exibem um sorriso no rosto. Gostaria eu , um dia , descobrir do que riem os japoneses. Talvez a melhor forma seja se apaixonando por uma japonesa...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Clube da Luta , de David Fincher

Eram duas da manhã. Surreal acontecimento , sua irmã acordada feito um zumbi enquanto ele esperava o computador reiniciar. Maldito teclado. Batatas fritas. Abriu a pasta e procurava por Where's My Mind. É do Doolittle. Não , não é. Foda-se o rock'n roll. É do Surfer Rosa. And here it goes again... Sua irmã deita no sofá. Ela é uma sonâmbula , só não sabe disso. O teclado não funciona. The drugs don't work , the friends don't work. It's too late. Seu pai vai acordar com o barulho do teclado. Uma última luz. Nada faz sentido. Nem o jóquei tem cavalos. Couve refogada. Bacon.

Bacon é sempre bacon. Carne de porco de qualidade por vezes duvidosa , mas bacon. Uma maldita mulher grita no meu ouvido. Pára , cacete. Uma batera 4x4 continua. Mi , dó sustenido menor , sol sustenido menor , lá. Sabonetes. Como escrever um texto em cinco minutos e nada faz sentido , nada tem cavalos. A friend. Psicose. Maria joana , adeus vou me embora meu bem. O som do teclado era realmente um incômodo , mas ele tinha fones de ouvido. Hope in my past will never work out , my little japanese. A balada do gordo. Uh , stop. A balada do gordo sempre funciona. Gordo e dando , mas que beleza. Não , é do Surfer Rosa. Faixa sete.

Where's my mind?

Velhos discos de vinis tem muita poeira. Álcool. Mistura com laranja. De posto. Biocombustível. Flex. Nadar no caribe? Só pros ricos. Garganta. A balada do gordo sempre funciona. Pixies sempre faz sucesso. Sempre vai fazer. Eu adoro matar moscas enquanto elas estão voando. Principalmente se a base é uma parede e o meu dedo deixa um rastro preto.

Fly me to the moon.

C'mon , what you are waiting for? Fight with me.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Alguma coisa acontece entre o Paraíso e a Consolação...

Uhm... digamos que hoje é aniversário da melhor cidade do mundo , São Paulo. E eu aqui posso estar sendo bairrista e tudo mais , mas eu realmente amo essa cidade. Mais do que esse pedaço onde eu vivo , um bairro não reconhecido , tremenda Zona Rural em meio à selva de pedra. Com preguiça de escrever algo novo ou desencavar um texto mediano da época da oitava série , decidi-me por alguns topthree's da cidade. Incoerências , discussões e sugestões , nos comentários , schifaizfavoire.

músicas
Envelheço na Cidade - IRA!
Trem das Onze - Adoniran Barbosa
1932 (C.P.) - Pullovers

filmes
Não Por Acaso , Philippe Barcinski
Domésticas , Fernando Meirelles
Os 12 Trabalhos , Ricardo Elias

textos alheios
Um Mate e Dois Freuds , Eduardo Fernandes
Uma Menina Chamada Paulista , Marcelo Rubens Paiva (excerto do Feliz Ano Velho)
Aluga-se , Clarah Averbuck

lugares
Avenida Paulista (Conjunto Nacional)
Estação da Luz
São Bento (Mercadão)

estações de metrô
Imigrantes
Ana Rosa
Alto do Ipiranga

trailers de hambúrgueres
Zé (Ana Rosa)
Tiozão da Saúde (Metrô Saúde)
Carlão (Rua Madre Cabrini , Vila Mariana)

And so.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Uma Lição de Nomenclatura

Uma pequena contribuição anônima que nos foi oferecida e , bem , em tempos de deserto , a gente nunca nega um texto. Antes que me xinguem , ficam os avisos: pessoas com pouca resistência vocabular , um bocado de pudores ou simplesmente vovós que não gostam de palavrões devem ficar longe , muito longe desse texto. Aos outros , divirtam-se.

...

Finalmente, ele havia chegado onde tanto queria... Depois de uma noite de jantar, setenta reais de abrigo, quinze de táxi, trinta de champagne e cinco peças de roupa, finalmente ele estava pronto para recolher o ouro mais valioso dos homens,a... só um momento... o que mesmo estamos procurando? Ah, claro, se você ler essa pergunta em menos de três segundos estará falando “A Buceta!, a Buceta”. Pois bem, amigos. É claro que é perto daí que vamos parar, mas não sem dar antes uma pequena volta pelos alpes do conhecimento.

Uma das partes mais importantes de uma relação é, sem dúvida, o sexo. Afinal, homens e mulheres sentem iguais necessidades. Até aí não significaria nada, mas esse enão é o entuito aqui hoje. Vamos introduzi-lo, leitor, com o perdão do trocadilho, ao que podemos chamar de “Apelidar seu Sexo”. Sim, porque o sexo de uma mulher é extremamente importante e valioso, digno, sem discussão, de receber um bom nome. Se você chegou aqui lendo livros como “Cinqüenta meneiras de entreter uma mulher”, “10 fatos que um garanhão deve ter em mente” ou “Torne-se um Gigolô em 40 passos básicos”, é evidente que você nunca havia pensado em tamanha demonstração de carinho que é apelidar o sexo de uma mulher (e também, claro, como isso é capaz de potencializar a relação de cama dos dois). Pois bem, aí vamos nós.

Desde a antiguidade, reconhecidamente capaz de erguer o nosso ânimo e confundir nossa ética, o tesouro que cada mulher guarda dentro de si é revelado para cada homem de maneira singular, e sua exclusividade já foi chamada de várias maneiras ao longo das épocas. Já os gregos veneravam entes de muitos outros suas capacidades, tratando-a sempre como um delicada flor, uma rosa, símbolo de femininidade. Infelizmente, eram também os gregos que só se reocupavam com seu próprio prazer, deixando as gregazinahs em segundo plano. Era necessásrio mais carinho, mais sensualidade, mais exclusividade e, por que não, mais originalidade?

“Se eu pudesse torná-la ao avesso, seria um grande vestido vermelho”. Forma aveludada, aconchegante. A mulher é um ser sexuado. E a esse sexo tão cobiçado já se deu um bocado de nomes. As garotinhas aprendem a chamá-la de baratinha, pombinha, pepeca ou até perereca, apelido que os marmanjos elevaram ao famigerado xereca.

Claro, que não são só os brasileiros que podem se divertir com tal passatempo. Ao redor do mundo, temos vários exemplos dos apelidos mais bem-sucedidos: os conhecidos Cunt ou Pussy dos nossos amigos anglo-saxônicos, tão clichetosos, mas igualmente apetitosos; as ardentes Coñas latinas, contrabalanceadas pelas sutis e sensuais Chattes francesas.

A Ilíada doa apelidos não pára por aí. É possível que os Naturalistas descubram uma romã ou um figo partido. Os amantes de frutos do mar pensariam provavelmente num mexilhão entreaberto, enquanto os poetas como alguns amigos meus encheriam a boca para elogiá-lo com expressões rebuscadas como porta de jade, templo de Vênus, gruta de coral ou o mais sincero Porta-Jóias. Os cientistas, amantes incondicionais do sexo verbal (ou virtual, quem sabe), apelidam de vulva, vagina, e os mais excêntricos generalizam no mais sem-graça dos aparelhos sexuais.

Há também os alternativos, que se utilizam das mais variadas expressões idiomáticas, e os exemplos só no Brasil são fascinantes: os vulgares e característicos aranhinha, bussanha, chapeleta, conchinha, ostrinha, tijulera e xavasca, que acabam por se generalizar nos já familiares perseguida, cona, grelo, xana e periquita, para só então culminar no mais tésico e fascinante termo já reconhecidamente brasileiro, superando até a popular xoxota: a amada buceta!

Se depois de ler aqui alguns desses populares nomes, você ainda não estiver satisfeito, pode apelidá-la como bem entender: Clarinha, Julinha ou Natalinha, ou algum outro nome feminino, que pode ser uma espécie de código entre o casal, para quando você disser a ela que “não vê a Clarinha há tempos”, esteja tudo por demais entendido.

Portanto, mãos à obra, cabeças a todo o vapor (ambas), e juntem-se àqueles que já descobriram no apelido do sexo uma maneira de aumentar a tesão. Garantia de aprovação e satisfação feminina, e de performance sensacional na noite.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ironia de Férias

Just to say:I'm alive. Enquanto não sai nada de bom...

Estou cansado dessa rotina que massacra e atormenta qualquer tentativa de poesia na vida cotidiana. É apenas uma repetição incessante de metáforas e de situações, buscando algo que se perdeu, era vidro e se acabou. Hope in my past won't work out , mr. Dando.

A próxima via à direita está interditada.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Os Pássaros

Ontem à noite , enquanto eu ouvia pela enésima vez o meu dvd indie (um dia eu explico direito) , eu lembrei de mais uma boa razão pra amar o Teenage Fanclub. Ou melhor , duas. A primeira , é que eles fazem ótimos covers. E a segunda é que eles são seguidores fiéis da escola byrdsniana de música.

Quanto à primeira , que fique bem claro: eu comecei a gostar de "About a Girl" e considerar mais o Nirvana com a cover deles. E também conheci Pixies por "Here Comes Your Man". Além disso , eles fazem covers de Velvet Underground , Byrds , Beatles e uma improvável porém excelente regravação de "Like a Virgin". É como se o Nirvana tocasse Like a Virgin. Genial.

Mas a segunda é talvez mais importante. Conversando com o Bina na varanda da casa dele , acompanhado de bons vinis e boa Coca , eu me dei conta que talvez seja esse o meu estilo favorito de música. O estilo Byrds. Que também é o estilo Beatles no Rubber Soul. Violões , riffs preguiçosos de guitarra , um baixo não tão aparente e letras simples , porém pequenas obras-primas. É quase um sacrilégio dizer isso , mas um dos trechos da Bíblia que eu mais adoro é o Eclesiastes citado em "Turn Turn Turn" , dos Byrds. Ou é como gostar de Bob Dylan pelas versões deles.

O que mais dizer de uma banda que teve Gene Clark , David Crosby , Roger McGuinn e Gram Parsons em sua formação? Os primeiros discos , folk rock , são os favoritos. Mas o trabalho deles com a psicodelia e com o country (com o primeiro disco de country-rock , "Sweetheart of Rodeo" , de 1968) são interessantíssimos também.

Pra fechar , duas coisas. A primeira é o texto do CEL sobre os Byrds , "Pássaros Onipresentes" . A outra é o vídeo de "I'll Feel A Whole Lot Better" , que foi a força motriz desse texto. Divirtam-se.

PS: Amanhã de manhã este que vos fala se encaminha para Peruíbe , no projeto "Endless Summer". :D. Até sexta , ou sábado , ou quando a inspiração bater.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bicicleta Para Dois

Baseado em "Black Hole" , do She & Him , ou "a banda da irmã aeromoça do cara do Quase Famosos".

A moça canta como se estivesse num bar beira-de-estrada, mezzo Jack Kerouac mezzo June Carter , em busca de algumas gorjetas e de uma companhia para a noite. Ela é garçonete neste bar e por sugestão do dono do bar , também cantava de vez em quando canções suas e algumas covers , velhos sucessos jukebox dos anos 60.

Seus olhos azuis , um vestido tão branco como a neve , cabelos negros. Branca de Neve. Já tinha vindo aqui antes. Apresentava uma nova música agora. Algo sobre sua rotina. Depois do "último cliente" , o que quase nunca era antes do sol nascer , ela ainda ia embora sozinha pra casa numa bicicleta. Pra dois.

Ao fim da música , que ela cantava com sua voz doce e um velho violão de aço com suas cordas quase todas enferrujadas , fiz-lhe um sinal. Ela veio à minha mesa me atender , mas, em vez do costumeiro conhaque que eu pedia sempre que ia ali , apenas lhe disse:

- Hoje à noite, eu pedalo com você.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O Disco dos Mistérios - Sexo Explícito


Sexo Explícito - O Disco dos Mistérios

John Ulhoa é um dos maiores guitarristas e produtores brasileiros da atualidade. Ele também tem uma mulher que gravou um disco em homenagem a Nara Leão , e uma filha com ela. Ela se chama Fernanda Takai. Junto com mais dois caras eles formam o Pato Fu, que já chegou até a ter música em abertura de novela(a cover dos Mutantes "Ando Meio Desligado") e hoje traça seu rumo independentemente do mercado.

Ok , isso não é novidade pra ninguém. Mas antes do Pato Fu , ele tinha outra banda. A Sexo Explícito , que fez algum barulho no cenário underground mineiro no final dos anos 80 e começo dos 90. Era formada também por Roger Betonera (bateria) , Mário(baixo) e o comparsa Rubinho Troll nos vocais. Rubinho Troll é o autor de algumas das principais canções do Pato Fu , como "Menti Pra Você Mas Foi Sem Querer".

Então , vamos ao disco. Nota-se claramente a habilidade instrumental da banda , o menino prodígio John já dá sua cara em faixas como "Bonanza Exorcista 1" ou "Sunshine in the Nite". A porralouquice do Pato Fu dos primeiros discos também aparece , com as mil referências pop de "Coisa Linda" ("Não gosta da Elba Ramalho? Não gosta de New Kids on the Blocks? (sic)"). Aliás , o Pato Fu regravou deste disco "O Filho Predileto de Raajnesh" em seu Isopor , de 2001. Mas a grande canção do disco é a balada "Faca 2" , lembrando os melhores momentos do Lobão.

Sinceramente? Não seria desse jeito que John alcançaria o sucesso de público ou crítica. Vale mais como curiosidade em saber o que ele faria sem a esposa do lado. Ou melhor , o que ele fez. E curiosos pra música não são difíceis de encontrar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Fragmento de um Romance Inédito #4

Uhm... a quem interessar possa , esse sim é maconha de jornal. E o poema sobre românticos e ser um viciado em Coca-Cola é o "Na Escada".

Era um sábado nublado de inverno , como tantos outros que passaram depois que ela foi embora. Sentado na escada da Cásper , eu tentava entender como é que tudo tinha ido parar naquele ponto. Ou melhor , porque eu tava ali tomando uma Coca com o Paulo e não beijando a Sofia naquele sofá laranja.

- A verdade , Paulo , é que apesar de todas essas gurias que eu vejo por aí serem legais e tudo o mais , elas não são ela.
-Como diria o bom e velho Macca , Daniel... In the end , the love you make is equal to the love you take. Acabou , cara , já era. Ou melhor. Não acabou , vocês ainda vão se reencontrar um dia. Mas você precisa que esse um dia não é daqui a uma semana , um mês , um ano talvez. Vai demorar. Vocês dois vão precisar seguir caminhos diferentes pra poder valorizar um ao outro de novo depois de tudo que aconteceu.

Um cara tocava cavaco a certa de uns dez metros de distância. Saquei do meu bloquinho e escrevi um poema , alguma coisa sobre os românticos e sobre ser um viciado em Coca-Cola. Os carros correm na Avenida Paulista. As pessoas correm na Paulista. Isso até parece rua , meu Deus.

- Sei lá, Paulo. Mas sabe o que é bom nisso tudo?
- Uhm , você se ferra e o meu lado sádico se diverte com isso?
- Ah... boa tentativa, mas não. A cada fossa que a gente tem , a gente toma mais e mais Coca e continua andando por essa avenida e continua falando bobagem. De uma maneira ou de outra serve pra alguma coisa.
- É...
- E o melhor é que tem gente que não faz isso. E adoraria fazer. Como a Ju.
- Menina estranha essa. Mas se tu acha ela legal , vá em frente.
- Whatever. Há sempre uma luz no fim do túnel. Ou melhor. Uma Ju no fim do túnel.
- Putz , depois dessa eu até vou embora.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Um Diálogo em Desamor (Fragmentos de um Romance Inédito #3)

Um texto meio antigo que tava aqui no arquivo. Talvez nem seja parte do mesmo romance , mas ele está aí. Eu relutei um pouco em publicá-lo por algumas semanas , por alguma crueza ou coisa do tipo , mas aí está ele. E não , eu não sei se ele é maconha de jornal.

"Lena podia me salvar
Prefere se distanciar"
(Uma Canção Para Lena , Terminal Guadalupe)

- Eu me sinto uma criança perto de você.
- Não é bem assim. Você só fez suas escolhas.
- Mas se você parasse agora de viver já terá vivido muito mais do que eu vou viver durante toda a minha vida. Você já fumou , já bebeu , já usou maconha , já ficou várias vezes com pessoas do mesmo sexo , já fez sexo de maneiras estranhas... E eu gostaria muito de acreditar naquela velha teoria que diz que se você escolheu ficar comigo , é porque você preferia. Simplesmente não é verdade hoje.
- Daniel , se acalma!
- Eu te odeio, Sofia!
- Quê?!
- Eu te odeio e te amo e a gente não pode ficar junto e você quer viver a sua vida e eu quero viver a minha com você e você não quer viver comigo.
- Eu não devia te pedir isso porque eu sei que não é fácil. Mas por favor , me esquece. Pode até me tratar com indiferença , mas não me odeie.
- Não tá dando pra não te odiar ultimamente , Sofia.
- Daniel , você tem que entender uma coisa: você leva tudo muito a sério , e às vezes isso não é tão bom. Sei lá , eu gosto de você , eu gosto mesmo de você ,e mesmo com todos os seus defeitos e as nossas diferenças , se fosse pra escolher alguém pro resto da vida , seria você.
- Não faz diferença. O importante é o agora , e agora você não me quer.
- Pára com isso. Eu sempre quero te ver bem , e ver você mal assim me deixa mal. Saber que é culpa minha é pior ainda. Desculpa.
- Pára de pedir desculpa.
- Tá...
- Sofia?
- Que foi?
- Vai à merda.

Chico Balboa

Nem bem o ano de 2009 começou e algumas canções despontam já. O Terminal Guadalupe liberou pra escutar no myspace deles a bela "Chico Balboa" , mistura de acalanto ao filho do líder Dary Jr. com homenagem ao grande Rocky. O solo de Allan Yokohama e o coral infantil são algumas das melhores coisas já feitas pelo grupo curitibano.

E tem o disco novo da Pública. "Como Num Filme Sem Fim" é um mais do mesmo maravilhoso que a Pública faz. Pianões , guitarras brit anos 90 e letras maravilhosas. "Casa Abandonada" , "Há Dez Anos ou Mais" , a infantil "Sessão da Tarde" e a faixa-título são favoritas da casa.

É isso.
2009 tá aí.