quarta-feira, 1 de julho de 2009

Apenas o Fim , de Matheus Souza

Apenas o Fim - Matheus Souza - 2009

Antes de tudo, umas poucas palavrinhas sobre este artigo. Ele não vai falar de coisas muito importantes (também) nesse filme , a saber:

1 - Erika Mader é uma das atrizes mais lindas da nova geração do cinema brasileiro.
2 - É possível sim fazer cinema barato e de qualidade para as massas no Brasil.
3 - Queira ou não queira , Los Hermanos é uma banda muito foda (mas o "4" é um disco bem porco) e influente na geração 00 com mais de três neurônios.
4 - Criticar o estilinho nerd do "Antônio" (o personagem vivido por Gregório Duvivier) , com camisa pólo e óculos sem grau roubado do avô.
5 - Pagar de mala e falar sobre a influência de "Before the Sunrise/Sunset" e Kevin Smith em Matheus Souza , diretor do filme. E claro , sobre a similaridade filha da puta com o Clube do Takeda.
6 - Um cara em cima de um cavalo branco pode tudo.

O amor acaba , e aí? O que fica? Uma caixa de pizza , uma embalagem de hambúrguer , um copo de plástico com a borda mordida onde antes havia Coca-Cola? Ou talvez nem acaba , só fica em suspensão , sem saber onde vai ou quando volta. Muitos são os descaminhos , mas o fim é , como diz o nome do filme , "apenas o fim". O amor acaba , o resto fica.

Ok, o mote da trama é bem simples. A garota dos sonhos de qualquer cara (Erika Mader) namora o nosso pequeno nerd hero (Gregório Duvivier). Ele tem uma prova na faculdade , ela anuncia que vai embora pra sempre em uma hora. E nessa hora , eles conversam sobre o relacionamento deles , clichês amorosos (e o clichê que é falar de amor e o clichê que é falar que é clichê falar de amor) e pequenas coisas: Pokémons (Bulbasaur) , boybands (Backstreet Boys) , a música preferida , videogames (Nintendo). Você já viu isso antes e não é a última vez que verá.

Lógico que o cerne do filme é diálogo - e apenas entre os dois , uma vez que as outras personagens que aparecem por alguns instantes nada contribuem para o ritmo da história , nem na pequena metalinguagem da cena com Marcelo Adnet. E parece ironicamente alegórico que as influências externas só atrapalhem - a história , um relacionamento , enfim.

São os detalhes que ficam. O amor acaba um dia. Fisicamente , presencialmente. Os momentos especiais permanecem , impressões digitais por toda a parte , qualquer estante ou fundo de gaveta ou caixa de sapatos mostra isso. A gente sabe que vai acabar , desde o começo - e a graça é se envolver e achar que não , acreditar que não. E o fim? Muitos são os descaminhos , mas o fim é apenas o fim. O amor fica , o resto acaba.

4 comentários:

Cris Ambrosio disse...

Tentarei ver esse no Sábado; tá todo mundo falando há meses... :P

Los Hermanos? Concordo mais ou menos com o que você falou. É mesmo uma banda que marcou no começo da década (acho falar "século" estranho), eles têm umas músicas bonitas e tal, pero... Eles me cansam um pouco, não sei. Talvez seja porque eu estou numa fase punk, mas as abstrações das letras deles não me dizem muita coisa. Sem querer acabar com a festa, claro xD

Guri Caipira disse...

O amor fica , o resto acaba. =)

Eu sou louco para assistir esse filme, mas ele nunca vai passar no interior, é uma merda. E eu ainda não achei para baixar...

De qualquer forma, mesmo eu já sabendo de tudo do filme (influências de before sunrise/sunset), gostei da sua apresentação/texto/jornalismo, fera! ^^

Renuska disse...

quero MUITO ver esse filme.

F.F.F. disse...

É simplesmente por isso que eu não gosto de Los Hermanos...

Ow... que tipo de comentário é esse?

Então quer dizer que qlqr pessoa que tem mais de três neurônios tem que gostar dos negos!?

Não sei quem está pior... se sou eu, que corro o risco de ter menos de um neurônio por não gostar deles...

Ou se é vc, por fazer tal afirmação e estar correndo um sério risco de se passar por uma pessoa com menos de três neurônios.

Agora... rusgas a parte...
(por favor não me leve a mal)
Gostei do que escrevestes sobre o filme... tô mto afim de assistí-lo...