segunda-feira, 21 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Leave
Outro efeito colateral é acreditar que mesmo você sendo um zé-ninguém que sonha em escrever novelas baratas você consegue ficar com a mocinha ousada, linda e que você sempre sonhou. O problema é acreditar que um cara que tá em cima de um cavalo branco pode fazer qualquer coisa. Qualquer coisa.
O meu medo é que eu comecei a dividir o mundo em quatro tipos: o que eu queria ser, o que eu sou, o que eu não quero nem sou, e o último eu esqueci, certo, Chico? E assim que nem o Antônio, em todos os filmes, livros, músicas, passos, textos que eu fizer, o que eu queria ser vai estar presente.
Odeio falar por abstrações.
(Ainda mais quando elas estão mais que descaradas pra meio entendedor). Boa noite.
terça-feira, 1 de junho de 2010
O Mundo Anda Tão Complicado
Eu tinha planejado um monte de coisas diferentes e estranhas pra colocar aqui, desde uma falsa carta de amor que um alter-ego meu teria escrito agora, passando por considerações felizes sobre resolver os enigmas que são as letras do REM, até pensar em falar novamente sobre descarregar sentimentos.
E eu não entendo mais nada, pra falar a verdade: as coisas andam se sucedendo e se enroscando de uma maneira que só um clássico do John Lennon pode fazer alguma diferença. Não que eu queira, mas talvez seja o único jeito de por enquanto lidar com isso - ou o único que eu aprendi.
(Mas fiquem tranquilos: eu não vou me matar nem nada do espírito. Na pior das hipóteses, só beber muita Coca Cola).
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Find the River
Cada passo busca o rio, que por sua vez buscará o oceano. Não que as coisas estejam particularmente indo do meu jeito, mas a vontade de andar atrás de algum rio, mesmo lutando contra a correnteza, já torna as coisas diferentes.
(Talvez essa tenha sido a primeira vez que eu entendi uma letra do REM).
Por Uma Vida Menos Ordinária
Comédias românticas são ótimas, mas ao mesmo tempo terríveis. São um ótimo exemplo de simulacro: apesar de parecerem reais, com casais bonitos e mil brigas, não são, porque sempre o final é feliz e todo mundo sorri e sai casado no final do filme. Até parece que a vida é assim, não é?
Talvez eu ande um bocado raivoso com o mundo nos últimos tempos. Engraçado, porque o sol até sorri pra mim todos os dias pela manhã quando eu chego na faculdade. Não sei o que acontece - mas talvez seja apenas falta de entusiasmo. Quem sabe um filme antigo ou um novo amigo não fizesse algum bem pra mim?
Por enquanto, tudo o que resta é microfonia e distorção - e um cara careca perguntando sobre qual é a frequência. Mas a gente vai seguindo, em busca de uma vida menos ordinária.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Transa, de Caetano Veloso
Divirtam-se!
(Mas ei, isso aqui não morre! :D)
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Santiago
"Cerca o peixe, bate o remo, puxa corda, colhe a rede, ô canoeiro, puxa a rede do mar".
(Canoeiro, Dorival Caymmi)
Qualquer dia desses compro umas pranchas de madeira , umas boas ferramentas e me fecho na oficina durante um bom tempo pra fazer um barco. Boto o violão no saco, uns bons livros, algumas roupas e uma vara de pescar e levo o barco pro mar. E saio mar aberto mar adentro a procurar dentre as ondas não um sentido pra viver , mas uma conexão entre eu mesmo e a natureza.
Falando assim eu sei que sôo como um intelectualóide procurando a iluminação. Não é bem isso. Eu só queria realmente sentir o mar. Conviver com o sal e o sol , passar os dias a pensar e esperar um marlim ou um atum morder a isca , limpá-lo e cozinhá-lo e comê-lo com um pouco de arroz comprado no armazém á beira-mar. De vez em quando um jornal com os resultados do futebol e no fim do dia uma boa cerveja preta na mesa do bar. Chamar-me Santiago ou Dorival ou qualquer outro nome de pescador.
Porque a vida pode ser feliz sendo simples. Porque me parece muito mais amarga a morte cinza da cidade. Porque é doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar - mesmo com todo o sal curtido na pele bronzeada de sol. É doce, doce morrer no mar.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Olhos Abertos
Olhos Abertos
Rodrix/Guarabyra
Atravessando uma ponte de noite, no meio da chuva
Cercada pelo silêncio daquela cidade do interior
Depois da ponte uma estrada de terra, molhada de chuva
Cercada pelo silêncio e sem nenhum pedaço de amor
Vendo os olhares desertos de tantas pessoas antigas
Tantas pessoas amigas querendo um cigarro e um carinho
Gente que puxa uma briga na estrada, com os olhos brilhando
Precisa só de um abraço, bem forte e bem dado
E eu quero encontrar as pessoas
De mãos e olhos abertos
Sem me preocupar com dinheiro e posição
Eu preciso encontrar as pessoas
Ficar de mãos dadas com elas
Conversar com a boca e os olhos do coração
sábado, 2 de janeiro de 2010
MTV Apresenta Autoramas - Autoramas

"Gente boa pra te divertir". A frase, que está na canção que abre o álbum, "Gente Boa", mostra exatamente o que são os Autoramas: uma das bandas mais importantes do cenário independente nacional, com o habilíssimo Gabriel Thomaz na guitarra (aqui, no violão) e na voz, o baterista Bacalhau e uma mulher no baixo - a vaga que já foi de Simone e de Selma hoje é ocupada no mesmo alto nível por Flávia Couri. O rock vigoroso e recheado de influências da surf music e da new wave do grupo aqui desplugado apresenta-se dançante até a medula.
Seja no balanço maroto de "Samba Rock do Bacalhau" - que emula "Meu Nome é Gal" -, na vibração espanhola de "Hotel Cervantes" ou nos rocks acelerados e inteligentes , como "Muito Mais", a banda botam todo mundo pra se mexer na sala, com direito a saia de bolinhas, rabos-de-cavalo e topetes com brilhantina.
Thomaz ainda aproveita o especial pra fazer um apanhado geral da sua carreira, relembrando a famosa parceria com os Raimundos, "I Saw You Saying (That You Say That You Saw)" e a ancestral banda Little Quail and the Mad Birds, com "Galera do Fundão". Faixas importantes do trio também não ficam de fora, como as românticas "Copersucar" e "A 300km/h" - que ganhou um ar meio faroeste com a participação do guitarrista Big Gilson.
O destaque do álbum fica com a dobradinha de participações especiais em "Música de Amor" e "Sonhador". A primeira conta com a participação de Erika Martins, mulher do vocalista e ex-Penélope e Telecats, e o que já era pop e fofo no original ficou ainda mais radiofônico aqui com a voz de Erika. Já na segunda, que mostra a versatilidade de Thomaz como compositor, brilha a presença de Frejat nos vocais.
Num show que revisita o trabalho do trio, os Autoramas vêm a 300km/h na sua direção - sem freio - e fazem questão de serem ouvidos por você.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Dou Fé
Como é triste o homem do cartório...
Carimba e assina e confere e cobra
Confere e cobra e assina e carimba.
Cópias autenticadas sem valor econômico ad nauseam
Repetidas em três laudas com firma reconhecida
Todo dia a bater o ponto
Chamar o próximo e o próximo
Uma fila que não acaba nunca
O relógio que nunca chega às seis.
Uma vida que se acaba rápido...
Como é triste a vida do homem do cartório!
(Dou fé, neste ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e nove, pela autoridade a mim reconhecida, que estas linhas supracitadas conforme datavênia doravante nada significam).